terça-feira, 11 de agosto de 2009

Vagos Open Air 2009 - Review

No fim de semana passado eu e Filipe fomos ao Vagos Open Air que aconteceu nas cercanias de Aveiro nos dias 7 e 8 deste mês. Foi a primeira edição deste festival voltado para os amantes do metal (gothic, vicking, progressive, atmospheric...) e como eu sou fã de uma banda que ia se apresentar na sexta (The Gathering) e o Filipe curte bandas que iam se apresentar no sábado (Katatonia, Dark Tranquility, Amon Amarth), compramos o passe pros dois dias que dava direito ao acampamento no local.

Os concertos foram dados num campo de futebol (de terra), o espaço era mais do que suficiente pro público que não chegou a lotar o local, o palco era pequeno mas muito bem iluminado e a qualidade do som (principalmente das bandas de maior nome) não deixou nada a desejar. Os preços dentro e fora do recinto dos concertos estavam justíssimos (cerveja a € 1,00 no primeiro dia e € 0,80 no segundo!).

O único quesito que deixou mesmo a desejar foi a estrutura literalmente improvisada do acampamento. A área para as tendas até que era ampla e tinha bastante sombra, mas a produção não se lembrou de um detalhe: "Somos metaleiros, mas somos limpinhos!"

Disponível para todos que acampavam por ali havia apenas dois balneários (os vestiários do campo de futebol), um masculino e um feminino, e cada um continha apenas um sanitário. Pra completar, de vez em quando a porta de acesso aos balenários estava trancada e quem quisesse tomar banho tinha que esperar ser reaberta ou simplesmente desistir do banho. Havia alguns (poucos) banheiros químicos dentro e fora do recinto dos concertos, mas como vcs devem imaginar, ao final do primeiro dia já estavam em condições que você só tinha coragem de utilizar se fosse em caso de sobrevivência mesmo. Como se isso não bastasse, no balneário feminino a única pia que existia não funcionava e nós só conseguimos escovar os dentes graças a um bebedouro que estava milagrosamente instalado e funcionando ao lado da lagoa onde acampamos.

Ao comprar o bilhete nós já imaginávamos que por ser a primeira edição do festival não poderíamos esperar uma grande estrutura, mas higiene é fundamental. Ainda mais num evento onde quase 100% do público tem cabelo comprido e quer bater cabeça sem se preocupar se vai poder ou não tirar a tonelada de pó que o chão de terra levanta.

Enfim, a solução que encontramos foi tomar o máximo de cerveja possível para esquecer dos obstáculos e curtir os concertos que tanto queríamos assistir. Confesso que esta solução não foi das mais inteligentes porque como vocês bem sabem, cerveja é diurético e sendo assim...

Outra crítica que faço, e se alguém da produção do VOA tiver a felicidade de ler isto aqui espero que entenda que todas as críticas feitas nesta postagem pretendem ser construtivas, é referente aos horários do transporte que fez a ligação entre a estação de comboios de Aveiro e o local do evento. Não custa nada informar ao certo o horário de partida de cada autocarro. Basta organizar isto com antecedência com a empresa de transportes. Havia avisos afixados no local do concerto apenas dizendo "último autocarro à 1:00 h" na noite de sábado e para quem ia embora no domingo a única informação era: "Primeiro autocarro a partir das 7:00h". O que é que se entende ao ler isto? Que o primeiro sai às 7:00 e os outros sairão subsequentemente de hora em hora... Outros? Que outros? Às 11:45h apareceu um cristão lá na beira da estrada pra nos informar que viria um último autocarro por volta de 12:15. Nós, todos de preto, num sol de queimar os neurônios, com mochilões nas costas, com fome e sem tomar banho porque os balneários amanheceram e permaneceram trancados no domingo, quase agradecemos de joelhos quando vimos aquele autocarro aparecer no tempo previsto.

Posso lhes dizer que foi uma aventura e tanto, os concertos que queríamos assitir não desiludiram e eu tive a experiência mais próxima do que se pode chamar de campismo selvagem.

Ano que vem a gente só volta se as atrações musicais forem irresistíveis e se anunciarem no site do evento que todos os problemas estruturais do VOA 2009 serviram de lição e foram sanados. Fora isso, parabéns à produção musical do evento e às bandas que marcaram presença dando cada uma o melhor de si.

Um comentário:

  1. As condições de campismo foram de facto do pior. Mas paciência, já passou! Curti tomar banho ao lado de metaleiros de cabelo comprido, todos eles com dois tubos na mão: Shampoo e Amaciador. Ah pois! Nós Metaleiros sabemos tratar de nós!

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