Eu já morei em alguns lugares: Belém, Manaus, Fortaleza, Rio de Janeiro, São Paulo (por 24hs, mas essa é uma outra história) e agora, Porto. E com essas mudanças todas tenho a sensação de não ter um lugar único pra chamar de lar. Dizem que lar é onde o coração está, mas tem um pedaçinho do meu coração em cada lugar por onde já passei e se alguém me perguntar se eu tenho raízes, eu respondo que sim, só que as minhas raízes são como as raízes aéreas da vegetação dos manguezais, que se espalham pelo solo parecendo frágeis, mas ao contrário, unidas a um só tronco dão a ele nutrientes de diferentes partes do chão.
Eu costumo escrever sobre o Brasil, e às vezes, sobre o Rio de Janeiro porque é onde a minha família nuclear está, mas a minha sensação de casa é bem fragmentada e se tem uma coisa que me faz entrar em contato com essa sensação é a música. A minha relação com a música vem de berço, aliás, de útero porque o meu pai tocava violão e a minha mãe cantava quando eu ainda estava lá e sei que todo mundo tem a trilha sonora da sua vida, mas no meu caso, é mais que isso, determinadas músicas me reportam a quem eu sou, me dão a noção de identidade que foi se estruturando ao longo dos anos até agora vividos.
É engraçado ver isso refletido nas pessoas que conviveram comigo. Algum tempo depois de eu ter mudado de Fortaleza pro Rio minha mãe me contou que sempre que ouvia a Alanis Morissette, chorava com saudades de mim. Um amigo-vizinho de Niterói, dizia que se uma pessoa pudesse ser uma música, eu seria a Malibu, da banda Hole. De tanto eu ouvi-la em casa (e ele por tabela na casa dele), ele dizia que aquela música era eu. Não faz muito tempo a minha amiga Patita contou que outro dia tocou no rádio Salvation, do Cranberries e que ela quase chorou com saudade da nossa amizade e eu tenho certeza que as minhas amigas de infância lá de Belém não podem ouvir Madonna sem pensar na minha pessoa, heheheh. Isso pra mim é tão forte que até hoje não consigo ouvir Chico Buarque porque pra mim a música so Chico é o meu pai.
Observar essas reações só confirma a sensação que tenho que a minha identidade se colou às músicas com as quais eu me identificava e hoje em dia é através dessas músicas que as minhas raízes se espalham, mas o tronco se mantém um só. Onde quer que eu esteja posso não ter as pessoas e elas podem não ter a mim, mas sempre teremos as músicas e as memórias que elas não deixam apagar.
Pensando em tudo isso decidi iniciar uma outra série de postagens que vou começar a publicar conforme elas forem vindo à tona. Só que desta vez, vocês, leitores do Duas Terrinhas também vão participar. Me enviem título de uma música, o nome do artista e a história que essa música te faz lembrar. Prometo publicar a sua história o mais breve possível. Para enviar a sua colaboração pro Duas Terrinhas escreva para andrade.lara@gmail.com
Eu costumo escrever sobre o Brasil, e às vezes, sobre o Rio de Janeiro porque é onde a minha família nuclear está, mas a minha sensação de casa é bem fragmentada e se tem uma coisa que me faz entrar em contato com essa sensação é a música. A minha relação com a música vem de berço, aliás, de útero porque o meu pai tocava violão e a minha mãe cantava quando eu ainda estava lá e sei que todo mundo tem a trilha sonora da sua vida, mas no meu caso, é mais que isso, determinadas músicas me reportam a quem eu sou, me dão a noção de identidade que foi se estruturando ao longo dos anos até agora vividos.
É engraçado ver isso refletido nas pessoas que conviveram comigo. Algum tempo depois de eu ter mudado de Fortaleza pro Rio minha mãe me contou que sempre que ouvia a Alanis Morissette, chorava com saudades de mim. Um amigo-vizinho de Niterói, dizia que se uma pessoa pudesse ser uma música, eu seria a Malibu, da banda Hole. De tanto eu ouvi-la em casa (e ele por tabela na casa dele), ele dizia que aquela música era eu. Não faz muito tempo a minha amiga Patita contou que outro dia tocou no rádio Salvation, do Cranberries e que ela quase chorou com saudade da nossa amizade e eu tenho certeza que as minhas amigas de infância lá de Belém não podem ouvir Madonna sem pensar na minha pessoa, heheheh. Isso pra mim é tão forte que até hoje não consigo ouvir Chico Buarque porque pra mim a música so Chico é o meu pai.
Observar essas reações só confirma a sensação que tenho que a minha identidade se colou às músicas com as quais eu me identificava e hoje em dia é através dessas músicas que as minhas raízes se espalham, mas o tronco se mantém um só. Onde quer que eu esteja posso não ter as pessoas e elas podem não ter a mim, mas sempre teremos as músicas e as memórias que elas não deixam apagar.
Pensando em tudo isso decidi iniciar uma outra série de postagens que vou começar a publicar conforme elas forem vindo à tona. Só que desta vez, vocês, leitores do Duas Terrinhas também vão participar. Me enviem título de uma música, o nome do artista e a história que essa música te faz lembrar. Prometo publicar a sua história o mais breve possível. Para enviar a sua colaboração pro Duas Terrinhas escreva para andrade.lara@gmail.com
"Rancho da Goiabada",de Chico Buarque!Esta é a música q vc."cantava", pasme,com um pouco mais de 2 aninhos de idade!"os boias fias,cando thomam umas bilitas spatando as titezas..."Uma loucura!!Papai e mamãe só faltavam morrer de orgulho e alegria!!Ai que saudadeeeeeee!!beijinhos:mommy
ResponderExcluir