Hoje é feriado nacional em Portugal porque comemora-se o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Esta manhã já houve discurso presidencial e há solenidades e festejos espalhados pelo país, mas eu acredito que a maior festa mesmo quem faça são os imigrantes portugueses espalhados pelo mundo. Agora que também sou imigrante, entendo perfeitamente o que é ter amor à pátria e estar longe dela. Na minha opinião, a nossa pátria não é só um território marcado no mapa, nem tampouco uma união federativa à qual devemos satisfações, documentos e votos... É muito mais do que isso, a nossa pátria é o objeto da nossa saudade, saudade da família, dos amigos, dos filhos dos amigos que ainda não conhecemos, das comidas, das paisagens, do sotaque... Saudade de tudo e de todos que vêm à tona cada vez que escutamos o nome do nosso país ou que avistamos a nossa bandeira.
Não estranhem se hoje que não é feriado aí no Brasil vocês virem imigrantes portugueses assando sardinhas nas calçadas ou ouvindo fado em volume mais alto dentro de casa. Eles estão celebrando o dia do país deles e isso significa fazer qualquer coisa que mate um pouco da saudade, que os faça sentirem-se mais perto do que deixaram para trás. Os portugueses fizeram a sua história lançando-se ao mar quando não tinham certeza do que encontrariam além da linha do horizonte, quando se acreditava que o mundo tinha fim e que havia enormes monstros marítimos prontinhos para comê-los vivos. Graças a eles hoje sabemos que esses monstros não existem e que o mundo não se resume ao continente europeu.
Em homenagem a este povo bravo e desbravador deixo aqui o Hino Nacional de Portugal, que assim como no Brasil, só é cantado até o primeiro refrão nas solenidades esportivas.
Heróis do mar, nobre povo,
Nação valente, imortal,
Levantai hoje de novo
O esplendor de Portugal!
Entre as brumas da memória,
Ó Pátria sente-se a voz
Dos teus egrégios avós,
Que há-de guiar-te à vitória!
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!
Desfralda a invicta Bandeira,
À luz viva do teu céu!
Brade a Europa à terra inteira:
Portugal não pereceu
Beija o solo teu jucundo
O Oceano, a rugir d'amor,
E teu braço vencedor
Deu mundos novos ao Mundo!
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!
Saudai o Sol que desponta
Sobre um ridente porvir;
Seja o eco de uma afronta
O sinal do ressurgir.
Raios dessa aurora forte
São como beijos de mãe,
Que nos guardam, nos sustêm,
Contra as injúrias da sorte.
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!
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