segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Um Ano de Vida Portuense


Ontem fez 1 ano que cheguei no Porto morrendo de medo super ansiosa, sem saber o que seria da minha vida dali pra frente. Eu só sabia que tinha escolhido viver com o homem que amo e o pequeno grande detalhe dessa decisão era que ele vivia do outro lado do oceano. Deixei o emprego e o melhor salário que havia conquistado em minha vida profissional até então, deixei os melhores amigos do mundo, deixei a família que me faz falta dia e noite, deixei o apartamento que tinha alugado recentemente tendo que pagar uma multa pela quebra do contrato, deixei os finais de semana de baladas, bebedeiras, ressacas, sal e sol na praia de Ipanema, deixei a pouca estabilidade e a segurança que já tinha conquistado na vida para começar tudo de novo.

Logo no início entrei em depressão duvidei um pouco da minha decisão porque achava que nunca mais ia fazer amigos iguais aos que eu tinha no Brasil, que não ia me adaptar ao clima, que estava desperdiçando momentos valiosos ao lado da minha família e cheguei a pensar que o certo teria sido o Filipe ter ido morar comigo lá.

Um ano depois não me arrependo da decisão que tomei e me considero um exemplo a ser seguido feliz por ter superado a maioria dos meus medos, ou melhor, por ter aprendido a lidar com eles. Ainda não ganho o melhor salário da minha vida, mas trabalho com pessoas que se tornaram queridas; recentemente eu e Filipe nos mudamos para um apartamento que alugamos juntos e estamos adorando viver no centro do Porto; as baladas, bebedeiras e ressacas que antes curtia sozinha agora curto com o Filipe com a vantagem de que quando um mete o pé na jaca o outro se mantém firme e forte pra ajudar no dia seguinte; os melhores amigos do mundo que deixei no Brasil continuam sendo os melhores amigos do mundo mesmo à distância e quem disser que os portugueses são frios e antipáticos é um estúpido preconceituoso do cacete está completamente equivocado ou teve pouca sorte com as pessoas que conheceu por aqui porque eu fui muito bem recebida e adoro todas as pessoas com quem convivo. A saudade da família vou aliviando via Skype e orações (conversas que tenho com meu pai) e como fui uma boa menina durante este ano eles vêm passar o Natal e o Reveillon comigo e com meu “namorido” que está tão ansioso quanto eu para recebê-los.

Como bem observou ontem o Filipe, tudo o que vivo me afeta positiva ou negativamente, nada me é indiferente e eu posso lhes dizer que literalmente a vida não me passa ao lado.

Amoreco, você faz tudo isso valer a pena e quando estivermos velhinhos e você não tiver mais memória no seu disco rígido, você sempre poderá vir aqui pra se acabar de chorar lembrar que eu fiz e faria tudo isso por você de novo. Te amo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe aqui sua opinião sobre o que pensa e sente a respeito do que lê no Duas Terrrinhas. É o retorno dos leitores que me incentiva a continuar. Obrigada!